Frentes do campo garantem mobilização contra obstáculos



Foram instaladas, nesta segunda-feira (6), na Assembleia Legislativa, na Capital, as Frentes Parlamentares da Erva-Mate, da Fruticultura e Vitivinicultura, da Silvicultura e em Defesa do Milho. Durante o ato, representantes das cadeias produtivas enumeraram dificuldades como burocracia, baixa competitividade, falta de políticas de incentivo e atraso no repasse de recursos.


Presidente das quatro frentes, o deputado estadual Elton Weber (PSB) prometeu priorizar estas questões. “O ritmo e intensidade das frentes dependerá só de nós. Pelo que vimos hoje, temos muito trabalho. Não serão coisas que terão resultado rápido, mas se não começarmos agora em cinco anos estaremos no mesmo lugar”, disse Weber.

Consultor do Fundesa, o ex-secretário da Agricultura Odacir Klein falou pelo setor da proteína animal, consumidor de milho. Segundo ele, é preciso incentivo ao aumento da produção do grão, recursos para armazenagem, seguro e irrigação, já que o déficit hoje é de 1,5 milhão de toneladas. “A Frente terá papel fundamental em nossas reivindicações, será imprescindível o apoio forte aqui dentro do Parlamento”, reforça Klein.

Representando o setor florestal, o presidente da Ageflor, Diogo Leuck, expôs que portarias e resoluções burocráticas causam estagnação na área plantada, de 940 mil hectares no Rio Grande do Sul, prejudicando um setor importantíssimo, que responde por 6,4% do PIB gaúcho e gera 379 mil empregos diretos e indiretos. “Nós que já formos pioneiros hoje estamos atrás de estados como Bahia, São Paulo e Paraná”, alerta Leuck.

Já o presidente do Ibramate, Alberto Tomelero, voltou a enfatizar a importância da regularização do repasse de R$ 877 mil do Fundomate. O assunto tem sido tratado pela Frente com o secretário da Agricultura Covatti Filho, mas sem avanço até o momento.

No setor da vitivinicultura, o que mais preocupa segundo o vice-presidente do Ibravin, Márcio Ferrari, é a concorrência dos vinhos europeus, altamente subsidiados. O uso do herbicida 2,4D, aplicado no controle de doenças na soja e que prejudica as videiras, é outro problema, bem como a péssima estrutura viária para o escoamento da produção. “Importante essa união de esforços dos poderes Legislativo, Executivo e cadeias, só assim poderemos avançar”, concluiu.

Presente à solenidade, o secretário-geral da Fetag-RS, Pedrinho Signori, resumiu o cenário no campo. “O agricultor responde quando convocado a aumentar produção e produtividade. Mas ele precisa ter proteção, precisa apoio. E o papel da Assembleia é discutir isso com a sociedade. Não podemos mais tratar os assuntos de forma separada.”

Também participaram do ato os deputados estaduais Ernani Polo e Frederico Antunes (PP), Edson Brum e Fábio Branco (MDB), e Franciane Bayer (PSB), participantes das frentes, além dos presidentes da Ocergs, Vergilio Perius; da Fecoagro, Paulo Pires; e do diretor do Sindimadeira, Serafim Quissini. Também marcou presença o secretário da Afubra, Romeu Schneider; o presidente da Emater, Geraldo Sandri; o diretor administrativo da Emater, Vanderlan Vasconecelos; o diretor executivo da Asgav, Eduardo dos Santos;e Luis Fernando Cavalheiro, assessor técnico do Sistema Farsul.

Texto: Patricia Meira / Foto: Thais Gonçalves

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