Weber levará pleito de funcionários dos
 Correios à bancada federal gaúcha


A realização urgente de concurso público, a criação de um novo plano de carreira, a melhoria das condições de trabalho, a execução de uma auditoria interna e o posicionamento contrário à privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foram os principais encaminhamentos da audiência pública promovida na noite de quarta-feira (25) pela Comissão Mista Permanente de Defesa do Consumidor e Participação Legislativa Popular da Assembleia Legislativa para discutir o desmonte na empresa que já foi símbolo nacional de eficiência e credibilidade.

Proposta pelo deputado Elton Weber (PSB), a audiência trouxe ainda mais preocupação. Ele levará o documento a bancada federal gaúcha em Brasília para que haja pressão política contra o desmonte. “Os depoimentos mostraram uma empresa sucateada, prestando serviços de baixa qualidade a população, funcionários interessados em mudar essa situação e mercado em expansão. Então, eu acredito que é possível resgatar a credibilidade e a excelência dos serviços prestados. Por favor, não xinguem os carteiros, eles não tem culpa”, diz Weber.



De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (SintectRS) Carlos Alberto Duarte e Aristóteles Neto, se acumulam problemas de gestão, constante troca de comando da empresa e faltam pelo menos 2 mil carteiros nas ruas do Estado, além dos 6 mil na ativa. Funcionários denunciaram ainda falta de condições de trabalho, equipamentos sem manutenção, crescimento do e-commerce e nas últimas décadas com a proliferação de prédios e novos bairros. “Nós precisamos de concurso público imediato, os funcionários não tem sequer direito de ficar doentes.”

No cargo desde janeiro, o Superintendente Estadual de Operações dos Correios no Estado, Romeu Ribeiro de Barros, antecipou que a intenção é realizar concurso público para reposição de 600 funcionários em 2019. Além disso, lembra que foram contratados cerca de 300 pessoas em caráter provisório. “O novo presidente se comprometeu que não haverá privatização. Estamos tentando resolver essa situação, acredito que os indicadores serão melhorados.”

Segundo a diretora do Procon-RS, Maria Elizabeth Pereira, as principais reclamações que chegam ao órgão de defesa do consumidor são de atraso na entrega de documentos e correspondências, além da não entrega de produtos comprados pela Internet. Para ela, a empresa precisa se modernizar para acompanhar a evolução tecnológica que mudou o consumo. O vereador Carlos Roberto Dias da Fonseca (PSB) espera que a audiência possa ser a primeira de outras no Estado para mobilizar a sociedade.

Texto: Patrícia Meira