Em Bagé, Catarina preside audiência pública para debater Política Publica para Idoso no RS




Referência internacional pela implementação de uma política pública efetiva de proteção ao idoso, a cidade de Bagé sediou, nesta segunda-feira (16), a primeira de uma série de audiências públicas promovidas pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Proposta pelo presidente da CCDH deputado Catarina Paladini e pelo presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindinap) Lélio Falcão, a iniciativa recebeu apoio da titular da Secretaria Municipal de Política para o Idoso Silvana Caetano.



Catarina salientou que, até 2050, o número de pessoas com mais de 65 anos representará um terço da população gaúcha. Portanto, ampliar o debate e o atendimento a esse grupo em todo o Estado é uma necessidade. “O que vemos em Bagé é uma política eficiente que já está implementada. O RS, dentro da sua realidade financeira e estrutural, precisa reproduzir esse bom exemplo. Provocar o debate descentralizado, como estamos propondo, é um caminho”, avaliou.

O parlamentar reforçou, ainda, que é preciso levar o bom exemplo para o maior número de municípios para que, a partir de sua realidade, possam implementar políticas voltadas aos idosos. “O Brasil está envelhecendo e o RS mais ainda. Somos o estado com maior índice de longevidade e isso precisa ser levado em consideração. Temos de ter planejamento de médio e de longo prazo, ações que atendam às necessidades que essa população exige. Isso impõe discutirmos as questões previdenciárias, além das relativas à saúde e ao trabalho”, destacou.

Para Silvana Caetano, a Secretaria de Política para o Idoso de Bagé é uma conquista para a parcela da população que enfrenta o abandono familiar e institucional. “Somos gratos por sediar a primeira audiência pública que trata de um tema que nos é tão importante. A oportunidade de manter um diálogo com um representante da Assembleia Legislativa demonstra que há um interesse real por parte do poder público sobre essa questão. É uma temática nova, que mostra Bagé como referência, mas não queremos que seja exclusivo nossa cidade”, afirmou. “Queremos que essa política de atenção ao idoso seja do RS e do Brasil. E para isso, debates como esses são fundamentais, pois é assim que se compõe as políticas: com debates saudáveis, quando quem mais precisa - o idoso - é ouvido”, disse.

Para Lélio Falcão, a audiência garantiu encaminhamentos importantes e que devem ampliar a discussão sobre a condição e atendimento ao idoso no Estado. “Mais do que apenas debater, tivemos a oportunidade de aprender com a experiência praticada em Bagé, com a aprovação e autorização para levar essas ideias adiante. São muitas as necessidades da população que já passou dos 65 anos, entre elas, a falta de espaço no mercado de trabalho, quando muitos, buscam alternativas de complementação da aposentadoria”, lembrou.

Durante a audiência, foram encaminhadas propostas de ampliação da Universidade Sênior, já desenvolvida no município; uma política habitacional que contemple as necessidades da população idosa; a situação dos idosos do meio rural, com dificuldade de desenvolver as atividades, bem como acesso aos serviços essenciais, em especial à saúde. Foi destacado, ainda, pelo deputado Catarina Paladini, um olhar mais criterioso, por parte dos governos do estado e municípios, às casas geriátricas, salientando que “muitas são excelentes, mas outras são preocupantes e, para que as pessoas tenham confiança, é necessário regrar o serviço prestado”.

Participaram da audiência o chefe do 6º Regimento da Polícia Montada e Oficial de Direitos Humanos da BM/Bagé, Capitão Martinez, e os representantes do Conselho Municipal do Idoso, Reinoldo Eikoff, do Instituto Geral de Perícia, Paulo Paim, e o coordenador de Municipal de direitos Humanos, Márcio Garcia. A próxima audiência acontecerá em Pelotas, no dia 30 de maio, durante a Fenadoce.

Texto: Cristiane Franco