Catarina acompanha técnicos da Susepe
 em reunião com secretário da Segurança 



O deputado Catarina Paladini (PSB) vai acompanhar, na tarde de hoje (18), um grupo de técnicos superiores penitenciários da Superintendência dos Serviços Penitenciários do Estado (Susepe) em reunião com o secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini, para tratar do transporte dos servidores para casas prisionais de difícil acesso e condições de trabalho. Um dos subchefes da Casa Civil do Governo do Estado também participará da reunião.


A audiência foi agendada no final da manhã desta quarta-feira, como resultante de audiência pública da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, que acontecia no Espaço da Convergência do Palácio Farroupilha. O encontro reuniu servidores e autoridades para examinar as demandas da categoria.

Conforme Altemir Felipe dos Santos, presidente da Associação dos Profissionais Penitenciários de Nível Superior do Rio Grande do Sul (APROPENS) há cerca de um mês foram interrompidos os serviços de transporte institucional para os servidores da Susepe que trabalham em casas prisionais com difícil acesso. Felipe dos Santos explicou que a medida dificulta extremamente e às vezes impossibilita o trabalho de psicólogos, nutricionistas, advogados, dentistas, assistentes sociais e enfermeiros que exercem suas funções junto aos apenados. “À medida que os presídios foram sendo construídos longe dos aglomerados urbanos, criou-se a necessidade de transporte institucional”, declarou.

Com a falta de transporte institucional, os servidores precisam socorrer-se de diversas formas para chegar até seu local de trabalho. “Utilizamos ônibus regular, combinamos carona com colegas, e grandes percursos são feitos a pé. Também os carros para transportes dos presos são utilizados”, conta. Ele afirmou que o problema vai além da dificuldade de acesso. “Há situações de insegurança bem claras. Muitas vezes somos confundidos pelos apenados e parentes como policiais, sofrendo constantemente com pressões ou até mesmo assédios”, disse.

Relatos
As psicólogas Paula Carvalho e Débora Oliveira fizeram um relato das condições de trabalho no Complexo Penitenciário de Charqueadas, que atende a seis mil presos. Elas reclamaram que ao utilizar a linha de ônibus municipal para chegar até o trabalho, precisam caminhar mais de um quilômetro em local ermo, junto a matagais e com lixo acumulado. “Faz mais de 15 dias que não recolhem o lixo do local”, assegurou Débora. A psicóloga mostrou imagens de carroças que são utilizadas como serviço de deslocamento dos servidores. “Este é somente um exemplo daquilo por que passamos. Em todo o estado a situação não é diferente”, garante.

Solidariedade
A defensora Pública Tatiana Kosby Boeira, presente à reunião, manifestou-se solidária com o problema dos técnicos penitenciários. Da mesma forma, a representante do Conselho Regional de Psicologia, Lúcia Regina Cogo, disse que também apoia a reivindicação dos seus colegas e demais técnicos para melhoria das condições de trabalho.

Susepe
A diretora do departamento de Tratamento Penal e representante da Susepe no encontro, Mara Minotto, reconheceu o problema, mas apresentou limitações legais e orçamentárias para resolver a demanda dos servidores.

Vicente Romano - MTE 4932 | Agência de Notícias - 13:30-18/05/2016 - Edição: Marinella Peruzzo - MTE 8764 - Foto: Vinicius Reis