Catarina participa de debate sobre atuação preventiva da Defesa Civil em catástrofes


O sofrimento enfrentado por milhares de famílias gaúchas com os temporais ocorridos nas últimas semanas levantou um debate importante na Assembleia Legislativa: a preventiva às catástrofes. O debate sobre este tema aconteceu em audiência pública realizada nesta terça-feira (27), na Assembleia, com a presença do deputado Catarina Paladini.

Em todo o Estado, foram registrados graves alagamentos e famílias estão desalojadas em razão das cheias de rios e várzeas. “Tivemos um dos maiores, senão o mais grave, temporal dos últimos 50 anos. Nenhuma cidade estava preparada para uma ação preventiva”, alertou Catarina.
Na Zona Sul do RS, os municípios mais prejudicados foram Rio Grande e Pelotas. Os ventos impediram a vazão das águas da Lagoa dos Patos para o oceano. Resultado: a água invadiu centenas de residências e mais de 800 pessoas precisaram sair de casa. Isso exigiu um grande esforço da Defesa Civil para atender a todos que necessitavam de apoio. "A atuação da Defesa Civil precisa ser destaca. No entanto, precisamos pensar formas de prevenir algumas tragédias. Temos de usar a tecnologia de prever fenômenos com o El Ninho para promovermos ações preventivas. O Japão, por exemplo, tem exemplos ótimos nesse sentido”, disse Paladini.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, o não cumprimento dos repasses prometidos pelo governo federal, nos casos de catástrofes, bem como no período de estiagem, estão entre os principais problemas enfrentados para o planejamento de proteção às populações. “Não há como os municípios arcarem com a reconstrução das cidades atingidas e ainda investirem em ações preventivas. Não há recursos suficientes”, avaliou.
Conforme o diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs (IPH), Carlos André Bulhões Mendes, há falta de planejamento e gestão dos recursos públicos destinados ao setor de prevenção. Segundo o especialista, a primeira mudança deve ser feita nas regularizações fundiárias e no planejamento urbano. “Se as pessoas forem retiradas das áreas de planície, onde ocorrem os alagamentos, e não forem obstruídos os canais de escoamento dos mananciais, boa parte do problema pode ser resolvido. O que vemos com esses desastres e a nossa falta de planejamento preventivo é a perda da dignidade humana”, afirmou.
A audiência pública proposta pelo deputado Eduardo Loureiro contou ainda com a presença do secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social, Miki Breier, representantes da Defesa Civil do Estado e coordenadores regionais, entre outras entidades.

Texto e foto: Cristiane Franco