Catarina Paladini preside audiência pública sobre bullying e lota plenário da Câmara de Pelotas



O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa, deputado Catarina Paladini, coordenou a Audiência Pública para debater o bullying nas escolas na tarde de sexta-feira (23), em Pelotas. O evento lotou o plenário da Câmara de Vereadores e contou com a presença de estudantes, representantes da comunidade LGBT, Movimento Negro, Conselho Tutelar, educadores e Poder Judiciário. Os presentes comprometeram-se com a criação de um grupo de trabalho para acompanhamento, junto às escolas, dos registros e casos da agressão.


Autor da proposta de realização da audiência, Catarina salientou que, apesar de ser uma prática comum, ainda faltam ações preventivas e de atendimento às vítimas dessa violência. “O que precisamos é estabelecer políticas públicas que garantam atendimento adequado às vítimas dessas agressões, bem como ações preventivas, para que os agressores sejam inibidos. Mais do que reprimir, precisamos informar, e prevenir a violência, especialmente na escola, onde a prática acontece com maior frequência”, afirmou.

O parlamentar falou, ainda, que a proposta do debate tem por meta a promoção da cidadania. A participação de estudantes no evento só reforça a necessidade de mais espaços para tratar o assunto. “O que promovemos é a cidadania. Os estudantes precisam falar sobre o assunto e mostrar sua opiniáo do que acontece no seu dia a dia”,  explicou.

Segundo o titular da Delegacia da Criança e do Adolescente, Omar dos Anjos, a prática do bullying e ocorrências caracterizadas pela violência física ou psicológica, de forma intencional, continuada, provocam muito sofrimento e angústia às vítimas. “É comum o bullying se transformar em agressão e chegar à delegacia. E, na maioria das vezes, nesses casos, o agressor é a vítima que, saturado das agressões contínuas, reage de forma explosiva”, informou.

DADOS
A Coordenadora de Estudos sobre o Bullying, Simone Lima, apresentou dados sobre o tema: 13% das crianças e adolescentes são afetadas pelo problema e 64% dos professores relatam a ocorrência de práticas em todo o país. “O bullying deixou de ser encarado como algo 'natural' entre a infância e a juventude, para se tornar uma grande barreira a ser enfrentada no país. Ele se tornou o grande vilão da adolescência e não podemos mais tratar como uma brincadeira. É, sim, uma agressão e uma das causas da evasão escolar”, destacou.

Vítima de bullying no ambiente escolar, o estudante Alisson Santos falou que a melhor forma de se proteger da agressão é falar. “Estudantes vítimas de bullying sofrem, mas não falam. Eu aprendi que precisava me defender. Por mais que te ameacem, é muito importante avisar os professores, a direção e os pais. Eu me entristecia muito com o que ouvia, mas isso passou quando comecei a falar para as pessoas que poderiam me proteger. Por isso, falem, não silenciem”, pediu.

Também participaram da audiência pública o presidente da Câmara de Vereadores, Ademar Ornel, representantes da Coordenadoria Regional da Educação, Secretarias Municipais da Saúde e da Educação, Conselho Municipal de Educação, Conselho Municipal do Negro, e Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (Comdica).

Texto e foto: Cristiane Franco