Os desafios da educação no RS é tema do
II Seminário Temático da Bancada do PSB



O segundo seminário de 2015 promovido pela bancada do PSB, na noite de quarta-feira (15) na Assembleia Legislativa, teve como tema os desafios da educação no Rio Grande do Sul e o Plano Estadual de Educação (PEE). A criação do PEE está prevista na Lei Federal nº 13.005 de 25 de junho de 2014, que instituiu o Plano Nacional da Educação. Arquivado em dezembro do ano passado, o PEE foi apresentado na Assembleia como PL 287/2014. Seu desarquivamento ocorreu na última sexta-feira (10), retomando sua tramitação. O PNE determina que os estados e municípios têm até junho de 2015 para aprovarem, através de Lei, seus respectivos planos.

O encontro, que teve como painelistas a diretora de Planejamento da Secretaria Estadual da Educação, Iara Wortmann, e o assessor do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), Renato Oliveira, contou com a presença dos deputados estaduais Liziane Bayer e Catarina Paladini, do secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto e dos secretários-adjuntos da Cultura, André Kryszczun, e do Trabalho e Assistência Social, Juliano Paz, além de dezenas de pessoas ligadas ao tema.

Na abertura, o coordenador da bancada, Mário Bruck, falou da importância da educação. “Esta é uma bandeira socialista e acreditamos que a educação é o agente transformador da sociedade e, por isso, nosso partido tem um compromisso muito forte com o tema”. Mário destacou, ainda, que a função dos partidos políticos é contribuir com o desenvolvimento da sociedade. “Nosso objetivo é contribuir com as diversas políticas públicas que são exercidas dentro dos governos. Esse acumulo só se consegue por meio do debate. E nesse sentido, socializamos e buscamos o conhecimento em diversas outras fontes para que possamos, a partir daí, formatar a visão política que entendemos que deva ser aplicada”.

Em sua saudação, a deputada Liziane Bayer destacou o empenho e trabalho dos companheiros socialista em defender as bandeiras do partido, entre elas a educação. “Todos nós entendemos a importância do tema. Acredito que somente por meio do conhecimento, alcançamos a liberdade em todas as áreas.”. Já o deputado Catarina Paladini fez uma avaliação da relevância do debate. “Nossa missão, nesse ambiente democrático, é criar algumas diretrizes para a educação, que é uma bandeira histórica do PSB”.

Primeira palestrante do evento, a diretora de Planejamento da Seduc, Iara Wortmann, elogiou a administração do socialista Eduardo Campos - falecido no dia 13 de agosto de 2014-  em Pernambuco. “Este é um estado brasileiro que tem muito a nos ensinar. Antes da gestão do governador Eduardo Campos, Pernambuco era, dos 27 estados da Federação, o 26º em qualidade. Com foco para gestão na educação,  hoje, segundo os dados do Ideb – Indice do Desenvolvimento do Ensino Básico -, Pernambuco deu um salto para o 4º estado com melhor desempenho do país”.

Segundo a avaliação da diretora, o Rio Grande do Sul tem vários problemas na qualidade da educação mas, a exemplo de Pernambuco, este quadro pode ser revertido. “No último Enem, 30% dos alunos zeraram a redação no Estado, o que é preocupante, uma vez que o resultado proporciona a oportunidade de ingresso nas universidades públicas e privadas”.  Por outro lado, iara afirmou que a avaliação do ensino médio é boa. “Neste caso, o grande problema é que perdemos alunos”, apontou.

Quanto ao atual Plano Estadual da Educação, encaminhado pelo governo antecessor, Iara Wortmann defendeu uma ampla discussão junto à sociedade, uma vez que apontará as diretrizes para os próximos dez anos. Já os planos municipais, que também deverão ser aprovados até junho, a diretora informou que dos 497 municípios, apenas 12 já foram aprovados por lei.

“Debater a educação no RS significa falar não apenas de desenvolvimento, mas da possibilidade da nossa sociedade ter um futuro”. Com essa frase, o assessor do Comung, Renato Oliveira, iniciou sua explanação no Seminário, onde fez uma apresentação do Consórcio, composto por 15 instituições de ensino superior, e fez um resgate da história das universidades comunitárias no Estado.

Para o professor, o papel das universidades, que até então prioriza a formação profissional para atender a demanda de serviços da sociedade, está ultrapassado. “Hoje não se trata mais de formarmos apenas advogados, contabilistas, enfermeiro. Hoje o grande desafio está em formarmos empreendedores”, defendeu.

No final, Oliveira afirmou que, apesar das limitações, o Comung colocou-se o desafio de desenvolver um perfil de universidade tecnológica, que coloque ênfase na pesquisa e na resolução de problemas. “O mote que o Comung escolheu para essa nova missão é o seguinte: inovar as instituições do Consórcio para inovar a sociedade rio-grandense”. Para isso, de acordo com o professor, é preciso investir com foco, fortalecendo a pós-graduação nas universidades e investindo em parques tecnológicos e incubadoras. Texto: Fabiana Calçada / Foto: Priscila Valério