Frente Parlamentar da Vitivinicultura
e Fruticultura começa reuniões em maio 
 


Com presença de lideranças de produtores, indústrias e cooperativas dos principais polos produtivos do Rio Grande do Sul, foi lançada nesta sexta-feira (17), na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar da Vitivinicultura e Fruticultura. Criada em 2007, a Frente será presidida pelo deputado Elton Weber (PSB) e obteve a adesão de 29 parlamentares. De acordo com o Weber, os encontros serão mensais e ocorrerão a partir de maio. Representantes dos governos federal e estadual também participaram. Um brinde simbólico com sucos de uva e laranja selaram o começo dos trabalhos.

Menor tributação, mais renda ao produtor, seguro agrícola, melhor fiscalização sanitária e incremento da pesquisa e assistência técnica especificas estão entre as reivindicações enumeradas durante o ato.  Weber lembrou que o fortalecimento destas cadeias produtivas colabora para a economia do Estado não só com arrecadação de impostos, mas com a criação de empregos e a permanência dos jovens no campo. No Brasil, a cada hectare ocupado com fruticultura são criados de 3 a seis empregos diretos e de 2 a 3 indiretos. “Com essa frente pretendemos garantir um futuro de ainda mais desenvolvimento nas pequenas propriedades rurais e criar um ambiente para a expansão da fruticultura no Estado.”

O secretário-executivo do Ibravin, Carlos Paviani, já tem sugestões de pauta para a primeira reunião, uma delas relativa a tributação dos sucos. “Precisamos trabalhar melhor a questão especialmente dos sucos orgânicos. Hoje 10% do suco de uva integral é orgânico e mesmo com seus diferenciais não possui uma carga tributária especial.”

Presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, manifestou preocupação com a continuidade da produção. “O setor cresce e se desenvolve com renda e sustentabilidade. Mas há gargalos que atrapalham a evolução como os a alta taxa de impostos e o baixo preço mínimo, e ainda temos hoje uma séria ameaça, que é a sucessão rural.”  Para o gerente de Capacitação da Ecocitrus, Fábio José Esswein, será preciso esforços para vencer os gargalos que se impõe tanto no meio rural quanto no industrial e comercial. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas, Nilson Loeck, solicitou atenção especial as importações de pêssego que prejudicam o fruticultor brasileiro e reclamou: “Não adianta o governo investir se esse investimento não chega ao produtor que é o protagonista do desenvolvimento.”

O secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Tarcísio Minetto, se colocou à disposição para auxiliar nos trabalhos da Frente e lembrou sobre sua importância para a propriedade familiar. Atualmente, cerca de 90% da produção vem das pequenas propriedades. Já o secretário de Agricultura Ernani Polo enfatizou que a Frente fortalecerá o trabalho em prol da qualidade das frutas gaúchas que, ao longo do tempo, ganham área no Estado. “Temos um imenso potencial para desenvolve a fruticultura em todo os municípios.” Proponente de uma Frente da Vitivinicultura na década de 70, o ex-deputado Victor Faccione deu seu testemunho como forma de estímulo ao setor produtivo presente.

Vitivinicultura
- Com participação superior a 67% da produção nacional, a região Sul se destaca como a principal fornecedora de uva. No Estado, 20 mil famílias têm na atividade a principal fonte de renda. 
- O Estado produz 130 milhões de litros de vinho e 350 milhões de litros de suco por ano. Ainda conforme o Ibravin, são absorvidos pela indústria 700 milhões de quilos de uva por safra.
Fruticultura
- O Rio Grande do Sul tem área aproximada de 30 mil hectares de citrus. A produção de laranja, bergamota e limão chega a 420 mil toneladas
- Com 407 mil toneladas ano, o Estado lidera ainda a produção nacional de melancia, respondendo por 19% do total nacional. Pêssego, maçã e banana também possuem expressa produção, num total de 140,75 mil toneladas. Texto: Patricia Meira/ Foto: Pedro Belo Garcia