As dificuldades na área da nefrologia 
pautaram reunião da FrenNefro


Os entraves no tratamento dos pacientes renais e as dificuldades no atendimento nefrológico no Estado foram alguns dos temas debatidos por especialistas da área, durante o evento denominado “Dia D da Diálise”, promovido pela presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Nefrologia Gaúcha (FrenNefro), deputada Liziane Bayer (PSB), nesta tarde (29), na Alergs.

Ainda entre os assuntos tratados, o subfinanciamento do sistema de atendimento renal, a desassistência dos pacientes que aguardam vagas para internação e a dificuldade em conseguir medicamentos. “Sei, por conta da convivência pessoal, das dificuldades que os pacientes renais enfrentam no dia a dia. Por isso, esse tema é uma frente de luta do meu mandato, ao qual defendo e trabalho na busca de resultados que colaborem para garantir melhorias no setor”, destacou Liziane, que também é autora da lei que institui o Dia do Rim e a Semana Estadual de Prevenção das Doenças Renais, realizando campanhas em prol dos pacientes renais, através do mandato.


Faltam recursos
“Não há fila de espera para diálise ou hemodiálise, pois quem não tiver acesso ao tratamento não vai sobreviver. Então, a única escolha é lutar por todas essas vidas”, destacou, em sua fala, a diretora do Simers Gisele Lobato. Para ela, a situação é fruto de 14 anos de verbas congeladas na área. O subfinanciamento também balizou a fala do nefrologista João Carlos Biernat. De acordo com ele, a perspectiva é que as clínicas deixem de atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou acabem fechando as portas – ainda que nenhuma das alternativas seja vista como ideal.

A presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, Miriam Gomes, trouxe o panorama que se apresenta com a Portaria 1.675/2018. Em vigor desde junho, ela propõe uma série de mudanças no modo como o atendimento ao paciente que precisa de TRS é feito. “O texto proposto é muito bonito, mas faltou diálogo com aqueles que vivem essa realidade”, ponderou.

Já o médico Valter Duro Garcia mostrou um pouco do funcionamento da área de transplante renal no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma alternativa que representa mais qualidade de vida ao paciente, mas que ainda carece de atenção e, novamente, financiamento. A mesa de debates contou com a participação da presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia (SGN), dra. Miriam Gressler Gomes; da diretora do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), dra. Gisele Lobato; dr. Valter Duro e dr. João Biernat.

Texto: Kátia Fantin - MTE 19064- Foto: Elaine Martins