Catarina promove audiência pública para 
debater o transporte público em Eldorado do Sul 



Imagine se você morasse em um bairro que tem apenas dois horários de ônibus para atender a população – um de manhã bem cedo, que sai do bairro, e outro no final do dia, que retorna. Nos demais horários, se precisasse do transporte público, você teria que caminhar cerca de dois quilômetros até o centro da cidade, onde há mais opções de horários, ainda que irregulares. Esta é a realidade de cerca de 5 mil pessoas que moram no bairro Centro Novo.



O problema, porém, não é exclusividade deste bairro de Eldorado do Sul. Situações semelhantes e outras dificuldades foram relatadas em uma audiência pública na noite desta quarta-feira, proposta pelo deputado Catarina Paladini. O encontro, promovido pela Comissão de Segurança e Serviços Pública, reuniu no Ginásio Poliesportivo Eliseu Quinhares membros da comunidade, representantes de entidades e políticos a fim de debater soluções para o transporte público em Eldorado do Sul.

Na mesa, estavam o deputado Catarina – que presidiu a audiência -, o vice-prefeito do município, o secretário de Transporte, Trânsito e Iluminação Pública Lodear Carlos Hahn, os vereadores Fabiano Pires, João Cardoso, Juliano Soares e Rogério Munhoz e o presidente da Associação de Moradores Atingidos por Enchentes (Amapel). Representando a Metroplan, Danilo Landó e os diretores Luciano da Senzi e Clemente Soares representando a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs).

Os representantes do Executivo e Legislativo municipal tiveram o período inicial da audiência para expor as dificuldades e explicar que ações veem sido tomadas a respeito do transporte público no município. Entre os destaques, a constatação de que a cidade cresceu e as linhas de transporte não acompanharam a demanda crescente da população. A carência de mais linhas e horários impacta, também, na empregabilidade dos habitantes que não raro chegam à Capital atrasados ou perdem o dia de trabalho devido à falta de ônibus. Também foi relatada a dificuldade em tornar mais atrativa uma licitação de empresas para operar o transporte público municipal, pois as empresas interessadas também têm pretensão de operar linhas que levem a Porto Alegre.

Na sequência, o microfone foi aberto para a população. Relatos como o acima citado foram frequentes. Moradores expuseram o medo e a insegurança que sentem ao fazer o longo trajeto do Centro aos bairros a pé devido à falta de oferta de linhas de ônibus que operem dentro do município. Houve, também, reclamações sobre a superlotação dos ônibus – um reflexo dos poucos horários disponíveis tanto para ir quanto voltar da Capital -, além da idade avançada da frota disponível e o alto custo das tarifas. Explicações Danilo Landó explicou ao público que o órgão responsável pela gestão das linhas e horários é a Metroplan. Cabe à fundação, também, fiscalizar e tomar as medidas cabíveis e para isso, Landó ressaltou a importância de os usuários encaminharem suas reclamações diretamente à Metroplan (0800-510-4774) e não para a empresa que opera a concessão.

O diretor também explicou que as concessões vigentes no Estado são antigas e estão vencidas. Na próxima semana, relatou Landó, serão abertos os envelopes de uma licitação aberta para que uma empresa realize um estudo de viabilidade e trace uma fotografia das reais necessidades do transporte interurbano do RS. Os dados levantados até o próximo ano servirão de base para a elaboração de licitação pública para o transporte público. Quanto às reclamações da pouca oferta de linhas dentro do município de Eldorado do Sul, Landó explicou que a responsabilidade da Metroplan é gerir o transporte municipal e afirmou que a responsabilidade pelas questões de mobilidade dentro do município cabe à prefeitura. Sobre a redução de linhas e horários para o trajeto Eldorado do Sul-Porto Alegre, o diretor afirmou que a decisão é um reflexo da redução do número de passageiros e que a manutenção de mais opções de horários inviabilizaria a sustentabilidade das operações da empresa que presta o serviço ou impactaria em um aumento da tarifa cobrada.

Ao fim da audiência, ficou acordado a formação de um grupo de trabalho envolvendo representantes de cada bairro do município, Executivo municipal representado pela secretaria de Transporte, vereadores e os órgãos reguladores – Metroplan e Agergs. A partir dos problemas expostos e com o compromisso de debater e encontrar alternativas e soluções para o transporte público, o grupo deve marcar uma reunião em breve e será acompanhado, também, pelo mandato do deputado Catarina.

Texto: Igor Müller - MTE 17374 - Foto: Fernando Muller