Frente Parlamentar em defesa da Polícia
 Rodoviária Federal é lançada na ALRS 



O lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Rodoviária Federal pelo deputado Catarina Paladini (PSB), reuniu hoje (25), no Salão Júlio de Castilhos, representantes da força policial que responde pelo patrulhamento de mais de seis mil quilômetros de rodovias no Rio Grande do Sul, e da bancada federal gaúcha. A articulação política das pautas da PRF é um dos propósitos da Frente Parlamentar, como ação para enfrentar não só a violência no trânsito mas as limitações orçamentárias que repercutem no trabalho realizado nas rodovias. 

No encerramento da Semana Nacional do Trânsito, ocorrida na semana passada, e há duas décadas da aprovação do Código de Trânsito Brasileiro, o deputado Catarina Paladini mostrou as dificuldades em retirar o país dos índices negativos nas mortes violentas no trânsito, onde ocupa a quarta posição mundial. As mortes em 2015, conforme o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, alcançaram 38.651 vítimas, 11% inferior a 2014 “mas ainda muito elevado”, observou Paladini, valendo-se da meta projetada pela ONU para a década mundial de redução de mortes no trânsito à metade até 2020. 


Ele referiu, ainda, o Plano de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito Brasileiro, matéria de iniciativa do ex-deputado Beto Albuquerque (PSB), presente no ato, em tramitação na Câmara Federal. Ponderou que a alta velocidade, ultrapassagens em locais proibidos e consumo de bebidas alcoólicas constituem o desafio permanente dos agentes policiais que fazem a fiscalização e abordagem das ocorrências, simultâneo ao combate ao roubo de cargas e veículos, contrabando e tráfico de drogas, criticando o “descaso do governo federal quando anuncia, por meio de decreto, a diminuição dos valores para investimentos na PRF em todo o país”. A redução do custo social é da ordem de R$ 6,8 bilhões. 


Crimes transfronteiriços 
A Frente Parlamentar em Defesa da PRF deverá formar um grupo de trabalho para definir ações estaduais e municipais, em especial na região de fronteira. Catarina Paladini antecipou parceria com a Comissão de Segurança e Serviços Públicos, da qual é presidente, para ouvir as prioridades das entidades que representam a corporação. 

Pela Superintendência da PRF no Rio Grande do Sul, o policial Luis Carlos Reischak, destacou a importância da articulação entre a Assembleia Legislativa e a bancada federal, tendo em vista as muitas demandas, como a gratuidade nos acessos dos bancos de dados, atualmente pagos pela PRF a cada consulta. Mas é na reposição de efetivos que reside uma das reivindicações da PRF, que desde 1994 mantém no Estado o mesmo número de policiais circulando nos seis mil quilômetros de rodovias que fiscalizam, 730 policiais, entre homens e mulheres. Por isso, a realização de concurso público consta na pauta, assim como ação estratégica para as fronteiras e especialização nos crimes transfronteiriços, uma vez que a PRF é a polícia que mais realiza apreensões de drogas no país. A PRF trabalha com a redução do orçamento em 25% neste ano, e o contingenciamento de 40% das verbas. 

Manifestaram-se ainda o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários, Deolindo Paulo Carniel; da Associação dos Policiais Rodoviários do RS, Marco de Brito; do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais, Maicon Nachtigall; o presidente do Conselho Estadual de Trânsito, Luiz Noé de Souza Soares; e o diretor-geral do Detran, Ildo Szinvelski; além de representações sindicais e empresariais. 

Pela bancada federal gaúcha, a deputada Maria do Rosário (PT) destacou o trabalho da PRF não só no combate à violência no trânsito mas no mapeamento de crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes em rodovias, relacionando a necessidade de o orçamento federal de 2018 assegurar o contingente humano adequado para a corporação. O deputado Assis Melo (PCdoB) disse que a redução de recursos repercute na inviabilização do trabalho da PRF. 

O ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Infraestrutura do RS, Beto Albuquerque, falou do trabalho que realizou pelo trânsito seguro durante os mandatos na Câmara Federal, destacando o PL 8272 que cria o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, inspirado nas experiências da França e da Espanha, que reduziram em 50% e 64%, respectivamente, o número de mortes no trânsito em uma década. “Esses são exemplos de países que se autoimpuseram regulações de trânsito, controle de abordagem, vigilância e acima de tudo perseguiram a redução das mortes e deram certo. Precisamos de metas que devem ser prioritárias aos entes da Federação”.

Também acompanharam o lançamento os deputados Lucas Redecker (PSDB), Ronaldo Santini (PTB) e Frederico Antunes (PP). O jornalista Flávio Dutra representou a senadora Ana Amélia Lemos (PP). 

Com informações da Agência de Notícias/ Fotos: Marcelo Bertani e Fernado Muller