Homenagem ao Dia da Consciência Negra marca a quarta-feira na ALRS 




Deputados entregaram Troféu Deputado Carlos Santos e da Medalha Zumbi dos Palmares Na semana em que celebra o dia da consciência negra (20/11), a Assembleia Legislativa promoveu uma Sessão Solene pelo Dia Estadual da Consciência Negra. Representando a Bancada Socialista, o deputado Catarina Paladini da cerimônia que teve, ainda, a entrega do troféu Deputado Carlos Santos e da Medalha Zumbi dos Palmares aos representantes das entidades ligadas ao movimento negro no RS.



Presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Catarina iniciou destacou a participação dos negros na história gaúcha e sua influência na cultura do Estado. “Temos muitos motivos para falar sobre a presença do negro na nossa história. Somos um país cuja maioria da população é formada por negros ou descendentes. Nossa cultura tem fortíssima influência da cultura afro. No esporte, então, nem se fala. Mas na política, isso ainda está longe do mínimo aceitável. Quantos parlamentares negros temos no Brasil? Aqui neste plenário? Quantos médicos, advogados, juízes, professores, jornalistas negros?”, questionou. Para o parlamentar, o Brasil tem um compromisso urgente: acabar com os séculos de desigualdade de oportunidades que existem desde o período da escravidão. "Nas universidades, essa mudança é real e vem acontecendo ano após ano, especialmente graças ao PROUNI e a programas semelhantes. Essa geração fará a diferença, tenho certeza", disse.

Catarina destacou, a violência que os negros enfrentam. “Nossos registros mais recentes apontam que vivemos mais um capítulo triste da nossa história: o extermínio dos jovens negros. Dos mais de 50 mil assassinatos que ocorrem anualmente no Brasil, em quase 80% as vítimas são jovens negros que têm de 16 a 28 anos de idade”, salientou. O parlamentar também repudiou o número de mulheres negras vítimas da violência. “O Mapa da Violência divulgado esta semana aponta que, nos últimos 10 anos, a taxa de homicídios de mulheres negras no Brasil aumentou 19,5%, enquanto a taxa de homicídios contra mulheres brancas caiu 11,9%. O que justifica essa diferença?”, indagou.

Para o deputado, os números evidenciam uma realidade difícil de assumir: somos um país em que há muito racismo. “Não podemos assistir a essa realidade calados. Acabar com todas as formas de preconceito é dever de todos nós. Para isso, temos que falar abertamente sobre o tema.  No parlamento, nas escolas, na mesa de bar, no estádio, em família... Eu acredito na igualdade entre os seres humanos! Seguirei lutando por isso, debatendo e cobrando soluções”, finalizou.

Texto; Cristiane Franco / Foto; Marcelo Bertani