Catarina propõe ação informativa e protetiva a mulheres que vivem na zona rural 



Atenção às mulheres da zona rural foi o alerta feito em audiência pública sobre Rede Lilás Um alerta importante foi feito em Estrela, durante audiência pública presidida pelo deputado Catarina Paladini, na noite desta quarta-feira (25): acabar com invisibilidade da violência contra a mulher que vive na zona rural. A audiência, que tratou do número de atendimentos realizados pela Rede Lilás do município e na região, foi promovida pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) em parceria com a Comissão Especial das Mulheres da Assembleia Legislativa.


Presidente da CCDH, Catarina destacou o pioneirismo de Estrela na criação da Patrulha Maria da Penha, organizada pela então comandante da BM na cidade, a Tenente-coronel Nádia Gerhard. “É importante que se destaque esse trabalho porque, conforme as análises apresentadas pela BM e pelo Ministério Público, a gravidade dos casos diminui cada vez mais com o trabalho desempenhado de forma correta. O efeito preventivo da ação faz com que os agressores reflitam antes de cometer qualquer crime”, avaliou.

A informação foi confirmada pelo representante do Ministério Público, o promotor do Juizado da Violência Doméstica, André Costa Ele afirmou que o município, apesar do aumento no número de denúncias, não apresenta casos graves. “Nós temos a certeza de que esse crescimento se dá em razão da consciência das pessoas. As mulheres da cidade e da região conhecem seus direitos e não toleram mais qualquer tipo de agressão. Isso faz com que o número de denúncias se amplie, mas sem que os casos sejam de gravidade, como o que vemos em outros municípios, onde as vítimas, muitas vezes, são mortas por companheiros ou ex-companheiros”, disse.

Zona rural
Entre os destaques apresentados durante a audiência esteva a falta de informação e de atendimento às mulheres vítimas de violência que vivem na zona rural dos municípios gaúchos. “Temos uma falsa impressão de que a violência doméstica contra a mulher acontece apenas na cidade, mas é um grande engano. São vários os casos de mulheres e crianças que vivem na zona rural agredidas pelos seus maridos e pais. Uma violência que é testemunhada pelos filhos e perpetuada pela cultura do silêncio, porque a vergonha prevalece”, disse a representante da Emater, Tânia Queiroz Stein.

Ela frisou, ainda, que as informações demoram mais para chegar à zona rural de qualquer cidade. “É nossa obrigação fazer com que esse quadro mude. As vítimas, que vivem numa cultura de machismo, de um ambiente em que a mulher é mera coadjuvante, apenas mão de obra de uma estrutura rudimentar, precisa receber a mesma atenção e as informações necessárias para se defender do agressor”, argumentou.

O deputado Catarina sugeriu que as entidades que atuam nas áreas rurais, como Sindicatos e a própria Emater, avaliem a possibilidade de atuar como intermediários nessas situações. “É preciso que tenhamos uma rede protetiva e disseminadora de informação. Esse trabalho precisa ser feito por quem conhece a realidade dessas mulheres e o ambiente em que vivem. Em algum momento, quando se sentirem acolhidas, essas mulheres farão as denúncias”, ponderou.

Participaram da audiência pública o prefeito de Estrela, Rafael Mallmann, a primeira dama, Carine, o comandante da Brigada Militar, Major Marcelo de Abreu Fernandes, o vereador Adriano Scheeren, o presidente da OAB, Gentil Krahl, a diretora da Faculdade La Salle, Cláudia Argile Costa, e as representantes da 3ª Coordenadoria de Educação, Lorena Birk e Denise Goulart.

Texto: Cristiane Franco / Foto: Agência da AL