Autoridades indicam espaço para ajuste de normas avícolas

  


Após um mês da sua primeira reunião, a subcomissão criada na Assembleia Legislativa, a pedido do deputado Elton Weber (PSB), para discutir regras avícolas previstas na Instrução Normativa (IN) 59 do Ministério da Agricultura (Mapa) encerrou ontem, em Porto Alegre, a fase de debates. Weber saiu bastante satisfeito do encontro que reuniu cerca de 250 produtores, executivos, parlamentares, prefeitos e governos estadual e federal.


No encontro, os representantes do Ministério da Agricultura, da Secretaria da Agricultura, do Comitê Estadual de Sanidade Avícola e da Asgav disseram que há espaço para dialogar sobre ajustes nas normas cobradas pela fiscalização. “Ficou claro que é possível adequações de forma a contemplar as questões técnicas e sociais, sempre observando a segurança sanitária”, acredita Weber.  O prazo final para entrega do relatório é 30 de julho. Em até dez dias, o deputado deve sentar à mesa novamente com a Asgav e integradoras interessadas em conversar.

 Hoje a legislação permite que, com base em avaliação de risco sanitário, a distância mínima de três quilômetros seja alterada em função da adoção de novas tecnologias, da existência de barreiras naturais ou artificiais e da utilização de técnicas de manejo e medidas de biossegurança diferenciadas, que dificultem a introdução e disseminação de agentes de doenças.  Mas, não há critérios mensuráveis para essa alteração, explica Marcelo Muller, gerente da Emater que está assessorando a subcomissão.

Presente à audiência, o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Roberto Schroeder, disse que está aberto ao diálogo para que se chegue a uma solução que contemple os aspectos técnicos e econômicos. O diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, lembrou que qualquer decisão tem que considerar a segurança sanitária, mas reconheceu que podem ser necessários ajustes na legislação. Temos que evoluir neste tema, mas com os pés no chão.”

Coordenador do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Secretaria da Agricultura e presidente do Comitê Estadual de Sanidade Avícola, Flávio Loureiro, também acredita que acredita margem para discussão, especialmente no caso da expansão de granjas. 

Para o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, as normativas já deveriam ter sido revistas. “As normas estão na contramão do que o movimento sindical entende como importante.”, disse Silva.Tão logo o trabalho da subcomissão seja encerrado no Estado, o deputado Heitor Schuch fará uma audiência pública em Brasília para tratar do tema. O pedido do parlamentar foi aprovado por unanimidade na Comissão de Agricultura da Câmara.

O histórico

Desde 12 de junho, ocorreram reuniões em Wesfália, Nova Prata e Tupandi, mobilizando cerca de 900 agricultores.
O problema afeta produtores familiares de 70 municípios das regiões Noroeste, dos vales do Taquari e Caí e também da Serra.

Assim que o relatório for concluído, Weber irá a Brasília tentar negociar. Um grupo de prefeitos engrossará a comitiva.


Texto e Foto: Patricia Meira