PSB/RS aprova fusão com PPS 




O Diretório Estadual do PSB, em reunião ampliada, ocorrida na manhã deste sábado (16), aprovou por unanimidade a fusão entre o PSB e o PPS, iniciada pelas siglas em nível nacional e que, entre outras consequências, garantirá ao partido a quarta maior Bancada no Congresso Nacional. O tema foi debatido no primeiro painel apresentado pelo presidente do PSB/RS e vice-presidente nacional, Beto Albuquerque. Ao lembrar que o processo de fusão teve origem sob a liderança de Eduardo Campos, o dirigente socialista valorizou também a coerência política e ideológica da iniciativa, relembrando que as siglas possuem trajetórias de lutas comuns, marcadas por bandeiras que caracterizam a esquerda brasileira.  “Trabalhamos para nos consolidar cada dia mais como uma alternativa independente. Não precisamos, para ser de esquerda, estar agarrado, ao PT, assim como também não estaremos no palanque tradicional da oposição liderada pelos tucanos, disse.

Comemorando a sintonia interna do partido sobre o tema, Beto lembrou que a fusão será fundamental para consolidar o partido como a alternativa de poder à polarização PTxPSDB. Sobre a conjuntura política nacional, Beto criticou a conduta do governo Dilma que, após as eleições, passou a adotar medidas que antes dizia que seriam obras dos adversários, como a elevação de tributos e a perda de direitos trabalhistas. “O ajuste fiscal é um achaque fiscal! Uma penalização que o governo Dilma e o PT estão impondo à sociedade brasileira, com aumento de juros, elevação de impostos e com subtração de direitos como o seguro desemprego, pensões, restrições no Pronatec e no Fies. Esse ajuste fiscal é o ajuste da Dilma e do Levy (Joaquim, Ministro da Fazenda), não é um ajuste da esquerda brasileira. Muito nos honra o fato de o PSB/RS ter votado contra”, defendeu, em referência aos deputados federais Heitor Schuch e José Stédile.


O dirigente nacional adiantou que mesmo com o processo de fusão, a tendência é que a nova sigla mantenha o nome PSB e o número 40. “Fusão não é cooptação. Fusão é a construção conjunta de alternativas para as principais necessidades dos municípios, estados e do país, principalmente nas áreas de saúde, educação, segurança e infraestrutura”, complementou Beto.

As lideranças socialistas do RS corroboram a aprovação da fusão, por acreditarem que o ato dialoga com os anseios da sociedade que exige mudanças para oxigenar a democracia representativa. “A fusão é a construção do projeto iniciado por Eduardo Campos”, afirma o deputado federal Heitor Schuch (PSB/RS), fazendo referência ao ex-presidente nacional da sigla, falecido durante a campanha para à presidência da República em 2014.  

O deputado estadual Miki Breier, atual secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social do RS, defende que a fusão atende à necessidade de somar esforços pensando no futuro do Brasil, além de revelar coerência ideológica entre as siglas. “O PPS e o PSB querem um desenvolvimento sustentável e uma política com muita transparência e participação popular”, ressaltou. Já o líder da bancada do PSB na Assembleia Legislativa, deputado Elton Weber, acredita que a fusão é uma aliança estratégia para fortalecer o projeto visando um novo Brasil.  Da mesma forma o deputado federal José Stédile (PSB/RS) pondera que a fusão representa um importante crescimento da força política já apresentada a sociedade em 2014, através da aliança encabeçada pelo PSB com o apoio do PPS.  “Esse fato coloca nosso novo partido como alternativa de ainda maior potencial para as próximas disputas eleitorais visando a construção de um projeto novo para o país”, adiantou.

O deputado estadual Catarina Paladini também comemora a iniciativa. “A fusão entre o PSB e o PPS mostra, na prática, o compromisso dos socialistas com o Brasil, com a sociedade e com a Reforma Política, prioridade há muitos anos. Ao promover a união de dois partidos com respaldo histórico, tradição e compromissos, o PSB faz sua parte e reafirma seu compromisso ético com as causas que representa. Saber enfrentar os desafios com coragem, sabedoria e ousadia é a cara do novo Brasil, é a cara do PSB”, destaca. A deputada Liziane Bayer afirmou que “são histórias de lutas que se unem para auxiliar no avanço da sociedade, da democracia e das conquistas sociais do nosso povo”.

Fusão em número

Com a fusão, o novo partido terá sete senadores, quatro governadores, 45 deputados federais, 92 deputados estaduais, 588 prefeitos (sendo quatro de capitais), 5.831 vereadores e 792 mil filiados. No Estado, a sigla ganhará, entre outros, uma deputada estadual e a prefeitura de Passo Fundo. “Trabalhamos para nos consolidar cada dia mais como uma alternativa viável a polarização PT e PSDB que está atrasando o país. A Cara do Novo Brasil é 40”, finalizou Beto, que concorreu à vice-presidência da República em 2014. Texto: Saul Teixeira/Foto: Dani Barcellos