Audiência propõe atuação do
Mapa na classificação do fumo 
 

 Sete propostas foram encaminhadas na audiência pública conjunta realizada pelas comissões de Agricultura da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa ocorrida nesta sexta-feira (15), em Camaquã, para tratar dos problemas na comercialização da safra de fumo. As sugestões serão encaminhadas nos próximos dias nos âmbitos federal e estadual. Um dos proponentes da audiência, o deputado Elton Weber (PSB) lamentou a ausência do SindiTabaco e de seis das oito empresas convidadas. Com o rompimento do acordo de reajuste linear em vigor há 20 anos, os produtores reclamam de preços baixos e arrocho na classificação. Somente Souza Cruz e Philip Morris estão pagando os 6,4% acertados.
 
O documento trará como propostas o aumento linear de preços, o estabelecimento de preço mínimo que cubra o custo e garanta margem de renda ao fumicultor, a apresentação de um projeto que determine a compra do fumo direto na propriedade, a participação do Ministério da Agricultura na classificação da safra, a aceleração do Projeto de Lei que disciplina a integração agroindustrial no país e a retomada da Câmara Setorial do Tabaco no Estado. O maior rigor no combate ao contrabando de cigarros completa a lista de reivindicações.
 
Para Weber, essas medidas são fundamentais para o futuro da atividade, que vem perdendo agricultores. Entre as safras 2013/2014 e 2014/2015, 4.420 famílias deixaram a fumicultura no Estado. “A classificação e o reajuste têm se ser cumpridos. Esse formato deste ano não é bom e talvez o produtor não queira participar mais desta integração na próxima safra”, alertou. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, advertiu que se as empresas mantiveram essa postura, a federação irá rever a posição de ir a COP para defender o setor.
 
Já o deputado federal Heitor Schuch mandou um recado para as fumageiras. “Tem um ditado que diz que quem quer comer o ovo tem de tratar bem a galinha. E vocês não estão tratando bem a galinha, que é o produtor rural.” O presidente da Afubra disse que incluirá resultado das audiências públicas num dossiê que servirá para demonstrar a situação da fumicultura brasileira junto à ITGA, associação internacional da qual o Brasil faz parte e que representa 95% da produção mundial. Ele quer que este cenário seja considerado para decisões globais sobre redução de área produtiva. 
 
O prefeito de Camaquã, João Carlos Machado, manifestou apoio as causas. Mais de 200 pessoas participaram da audiência entre agricultores, entidades, vereadores e secretários da Agricultura. Das empresas, somente Souza Crus e JTI mandaram representantes. O gerente de Assuntos Corporativos da Souza Cruz, Carlos Palma, reafirmou o compromisso firmado no ano passado e disse que a empresa esta repassando os 6,4% de reajuste para todas as classes de tabaco. Texto e foto: Patricia Meira