Em seu primeiro mandato, Catarina quer trabalhar por políticas públicas para a juventude


Por: Simone Fernandes MTB 12893 / Agência de Notícias
 


Aos 28 anos, José Paladini (PSB), conhecido como Catarina, assume o seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa como o deputado mais jovem da Legislatura. E esse será o mote de uma de suas principais bandeiras: a defesa de políticas públicas para a juventude. Para ele, a criação de espaços de lazer, juntamente com a educação de tempo integral, é uma das melhores alternativas para evitar que as crianças e adolescentes caiam na drogadição. “Crianças de periferia têm espaços escassos e que não são planejados”, observa.
Em Pelotas, onde reside desde os 19 anos, mantém no seu bairro, o Fragata, um projeto que atende quase 400 crianças. Lá, são oferecidas diversas oficinas, como Hip-Hop, capoeira, boxe olímpico, Muay-Thai, futebol, reforço escolar, inclusão digital e atendimento jurídico. “Quando ele foi criado, em 2006, não imaginava que tomaria a proporção que tem hoje”, lembra. Em 2006, Catarina queria ser jogador de futebol e participava de um time amador. Como parte dessas atividades, começou uma oficina do esporte com 83 crianças. Desde então, o projeto só cresceu.
O novo deputado quer ser um instrumento para implementar no estado as políticas públicas que existem em nível nacional, como o Programa Segundo Tempo, que oferece atividades esportivas no turno inverso da escola. Isso para que novos projetos possam ser beneficiados por essa política, ao contrário do seu, que hoje não recebe nenhum tipo de apoio público nem mantém parceria privada regulamentada. “Os oficineiros são voluntários e recebemos ajuda da comunidade. O açougueiro me dá uma bola de futebol. O ponto de mototáxi paga a nossa luz”, conta.
Trajetória
Em meados dos anos 90, Catarina, que nasceu em São Miguel do Oeste (SC), se mudou com a família para Pelotas. Comunicativo, com 22 anos foi presidente da associação de bairro da Cohab Guabiroba. Militou no movimento estudantil e foi membro da UJS. Em 2004, concorreu a vereador pela primeira vez, pelo PMDB, e ficou na primeira suplência. Em 2008, concorreu novamente a vereador, desta vez pelo PCdoB. Foi o segundo candidato mais votado, com quase 7 mil votos, mas não foi eleito por causa do coeficiente eleitoral.
Acredita que sua eleição para o parlamento estadual agora em 2010, pelo PSB, se deve à sensação de injustiça que tomou conta da população em virtude da eleição de 2008. Também considera que o cenário político de Pelotas está há algum tempo estagnado, sem oferecer novos nomes. Ele crê que representará “a população descrente com o serviço público e com a figura do político, mas que tem esperança e acredita que um novo cenário é possível”.
Entre os políticos nos quais se inspira estão o presidente Lula e o deputado federal eleito Beto Albuquerque. Ele lembra que sua vida política apresenta semelhanças com a do colega de partido: Beto também foi um dos candidatos mais votados a vereador e não se elegeu, também é advogado e foi eleito deputado estadual com 27 anos. Catarina se formou em Direito pela Universidade Católica de Pelotas em 2009.
Votação
Dos 32.035 votos conquistados por Catarina, 28.361 foram obtidos em Pelotas. Segundo o parlamentar, quase 16 mil vieram do bairro Fragata. Também houve contribuição significativa do município de Capão do Leão, com 1.662 votos. Ele registrou votos em 135 municípios.

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